segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Sachês vs Tubos

Eu tinha prometido um post sobre "onde comer de madrugada em Bauru". Consultei muitos especialistas, fiz pesquisa de campo, mas o fato é atualmente fora o Habibis não existe o que fazer de madrugada em Bauru... Faça um estoque ou morra de fome...

Mas pra compensar farei uma resenha sobre essa conspiração que assola nossas lanchenete e bares: o uso dos malditos sachês de catchup...



Quem ja tem alguns anos sobre as costas (sem maldade) ainda lembra de como era bom quando ainda existiam os lendários tubos de catchup e maionese pelos bares afora... Hoje com um pouco de sorte ainda é possivel achar alguns corajosos donos de bar que se dispõem a oferecer essa maravilha alimenticia junto com os lanches e salgados, mas é preciso ser ainda mais corajoso pra provar os condimentos desses estabelecimentos...

Mas porque tanto ódio e rancor em relação aos inofensivos sachês?? Alguns motivos:

- não abre - esses sachês são umas urnas sagradas. Não abrem nem a pau. Tem uma parte onde eles escrevem “rasgue aqui”. Ali eles colocam o plástico mais forte, de modo que mesmo que você aplique toda sua força só vai conseguir dobrar o plástico. O pior é ficar que nem um idiota, puxando o danado com os dentes, em tentativas frustradas de rasgar o pacote.
- é pouco - não existe expressão maior do pão-durismo de um estabelecimento do que servir uns saquinhos microscópicos de catchup. Porra, eu estou em alguma estação espacial ou quarentena com racionamento de mantimentos? Pra que servem 8 gramas de molho? Eu aprendi a falar, andar, escrever, zerei shinobi 3 no mega-drive gastando só uma vida, cheguei ao século 21, tudo isso para usar míseras 8 gramas de molho?
- é contra a natureza - já pararam para imaginar o impacto ambiental que tem esses malditos sachês? Cada um deles gasta uns 20 centímetros quadrados de um plástico metálico que eu duvido que seja biodegradável. Isso vai parar onde?
- é um desperdício - alguns lugares te jogam uma mãozada de pacotinhos. No meio vem catchup, mostarda e maionese. Você usa uns dois pacotes de catchup, fica logo puto e decide que não vai comer o sanduíche no seco mesmo. Aí todos os outros pacotinhos, de catchup, mostarda e maionese, vão acabar no lixo. Aliás, isso era no começo, quando eles estavam silenciosamente introduzindo os sachês. Hoje em dia, você tem que pedir e com sorte você ganha uns dois pacotinhos magrelos. Amanhã o que será? Vou ter que pagar por um sachê de catchup?
- é uma droga - imagina só o tanto de porcaria que eles colocam no catchup para ele não estragar nesses saquinhos tão frágeis. No meio de tantos acidulantes, conservantes, espessantes e aromatizantes não sobra nem espaço para o velho molho de tomate.

E o pior é que ainda acabamos ficando sem os benefícios proporcionados pelo uso dos tubinhos...
Pra quem não lembra como era, vou tentar explicar:

- abre - você puxa uma tampinha (se ainda houver uma) e ela abre.
- funciona - depois de abrir você vira 180 graus, dá uns tapinhas no fundo da garrafa e você tem o tão desejado molho na sua comida.
- é fraternal - uma só garrafa serve para várias pessoas. Você exercita sua cidadania e cortesia pedindo e passando o molho.
- é saudável - em alguns bares mais sujos as garrafas ficam expostas sem tampa transformando a garrafa num ótimo viveiro de bactérias. Se alimentando delas seu organismo cria anticorpos e fica mais resistente e saudável, é como uma vacina.
- é farto - tem bastante molho numa garrafa, você vai usar o quanto quiser sem que ninguém fique controlando seus hábitos alimentares.
- é criativo - como o dono do restaurante é quem vai preencher as garrafas, ele pode usar não só o tradicional catchup/maionese/mostarda mas também criar novas combinações (inclusive as deliciosas maioneses temperadas) e não terá que ficar preso à pobre criatividade das malignas empresas de sachês.



Ahhhhhhhh nostalgia...

fonte: "eu podia tá matando"

Nenhum comentário: